terça-feira, 19 de maio de 2009

Continuação,história da Literatura.

Séculos I a.C. a II d.C. : A literatura na História de Roma Antiga.

Vários estilos que se praticam até hoje, como a sátira, são originários da civilização romana. Entre os escritores romanos do século I a.C. podemos destacar: Lucrécio (A Natureza das Coisas); Catulo e Cícero. Na época de 44 a.C. a 18 d.C., durante o império de Augusto, corresponde uma intensa produção tanto em poesia lírica, com Horácio e Ovídio, quanto em poesia épica, com Virgílio autor de Eneida. A partir do ano 18, tem início o declínio da História do Império Romano, com as invasões germânicas. Neste período destacam-se os poetas Sêneca, Petrônio e Apuleio.

Biografia dos pensadores da época.

Titus Lucrecius Carus,

conhecido como Lucrécio, viveu numa época em que a antiga religião romana havia perdido sua forte influência nas classes cultas e prevalecia um ceticismo generalizado.

O desencanto e a incerteza daquele período, contudo, tornavam sem dúvida o povo supersticioso e apreensivo. Lucrécio observa que mesmo aqueles que manifestam desprezo pelos deuses lhes sacrificam ovelhas negras em momentos de perplexidade.

Lucrécio era um homem dotado de espírito científico, e um adepto convicto e ardoroso de Epicuro. Em seu grande poema didático intitulado De rerum natura (Da natureza das coisas), composto em seis livros de hexâmetros - a mais completa exposição existente do epicurismo -, o poeta-filósofo esforça-se por dissipar a superstição e a ansiedade de seus contemporâneos.

O poeta condena a vida faustosa e artificial de sua época, e contrasta com ela as alegrias derivadas do gosto simples e das belezas naturais. O estilo de Lucrécio mostra a influência dos antigos poetas latinos - Ênio, Névio, Pacúvio e Ácio -, e há na obra indícios de que lhe faltou o acabamento final.

O poema é uma peça de composição polêmica séria, escrita mais no intuito de instruir e convencer que de agradar, e a maior parte de seu conteúdo não se presta facilmente a um tratamento poético.

O estilo imponente de Lucrécio harmoniza-se com a magnitude do tema, e o arrebatamento de sua contemplação reverente da natureza, o ardor com que ele combate o que considera uma superstição degradante, seu sentimento de beleza do cenário rural e do patético da vida humana, inspiram muitas passagens magníficas, e também numerosos versos realmente palpitantes.

São Jerônimo, em sua versão do livro Crônica, de Eusébio, situa o nascimento de Lucrécio em 94 a.C. e diz que ele foi envenenado por um filtro amoroso, escreveu nos intervalos de lucidez de sua loucura e suicidou-se aos 44 anos de idade. Mas os estudiosos não sabem até que ponto essas afirmações podem ser aceitas.




Dicionário Oxford de Literatura Clássica (grega e latina), Paul Harvey, Jorge Zahar Editor

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/lucrecio.jhtm

Caio Valério Catulo (84 a.C. - 54 a.C.) foi um sofisticado e controverso poeta veronense que viveu em Roma, durante o final do período republicano.

Catulo se liga a um círculo de poetas de ideais estéticos comuns, os quais, Cícero chama de poetas novos (modernos), termo este, carregado de sentido pejorativo. Esse grupo de poetas rompia com o passado literário romano (mitológico), passando, entre outras características, a utilizar uma temática considerada “menor” pelos seus críticos.

Acrescenta-se às características da poesia de Catulo, a linguagem coloquial (Ex. Ineptire, no canto VIII), a simulação freqüente de improviso na sintaxe (frases interrompidas por orações paratéticas, repetição de palavras e expressões, movimento circular da elocução), versos ligeiros e a simulação do acesso aos recantos mais íntimos do homem.

Sua obra se perpetuou através dos séculos que se seguiram, foi exemplo para grandes nomes que vieram depois como Propércio e Tibulo. Também foi muito lido por poetas como T. S. Eliot e Charles Baudelaire.

Catulo pertencia a um grupo de poetas denominados poeta novus e a importância dele é fundamental para caracterizarmos esse círculo, uma vez que é de Catulo a única obra que possuímos. Paratore enfatiza a importância e complexidade de nosso poeta no contexto daqueles que modernizaram a literatura:

“Para melhor fixar quanto, em toda esta transformação do gosto, é devido precisamente ao gênio de Catulo (o único poeta novus de quem possuímos a obra) e quanto é devido às tendências herdadas da poesia helenística e difundidas em todo o cenáculo, seria necessário enfrentar o problema das características da elegia helenística: ela limitou-se a cantar histórias lendárias de amor, ou encontros também a força de exprimir, diretamente, os sentidos de cada um dos poetas? ... Só poucos carmes de Catulo testemunham a passagem da elegia, em Roma, do tipo narrativo ao tipo meramente lírico; os carmes de amor, de Catulo, independentemente dos metros em que são compostos, têm predominantemente forma epigramática” (1987:314-315).

A revolução literária que os poetas novos trouxeram se caracteriza, essencialmente, pelo abandono da poesia épica homérica e enianana sendo substituído pelo gosto por breves versos dedicados a casos célebres de amor do mito (chamado de epílios); pela tendência de temas menores — (como o tema do amor, ou do pardal, como veremos), revelados diretamente ou sob o disfarce dos mitos; pelo cuidado com a técnica. E “o cenáculo dos poetae novi (também) introduz em Roma, definitivamente, o gosto da poesia helenística” (1987:312).

Catulo, imerso nesse contexto, se deixa levar pelas “seduções” do período helenístico, e com esses elementos ele acaba criando algo bastante moderno: a revolução da poesia Alexandrina. Como diz Paratore sobre Catulo: “o gosto pela “palavra antiga” nota-se, sobretudo, através do estilo dos poetas alexandrinos, curiosos de vocábulos da antiga poesia helênica; por isso, no seu tecido lingüistico, o vocábulo antiquado é como que uma pedra preciosa encastoada no elóquio moderno, isto é, não decorre com a freqüência sistemática que descobrimos nos escritos doutros literatos, de várias épocas” (1987:313).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Catulo

No site abaixo estão contidos fragmentos de textos e um complemento á biofrafia.

http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno12-16.html

CÍCERO

(cerca de 106-43 a.C.)

Filósofo romano

Marco Túlio Cícero nasceu em Arpino. Aproximou-se desde jovem da filosofia, cultivando-a com interesse e constância. Todavia, o amor pela filosofia não absorveu por inteiro todas as energias e interesses de Cícero. Ele foi posteriormente levado à vida pública, à vida forense e à vida política. Por isso a sua escolha de fundo foi pela retórica, pela oratória. Em janeiro de 49 a.C., o triúnviro romano Júlio César atravessou o Rubicão e desencadeou a guerra civil que o levaria a dominar todo o império. De volta a Roma em 45 a.C., começou a governar como déspota absoluto e tratou de eliminar os últimos adversários. Entre os adversários perseguidos estava Cícero, que na época era senador e figura proeminente da política romana nos anos anteriores. Obrigado a deixar a vida pública, Cícero recolheu-se à vida privada e retomou a meditação filosófica, de que já se ocupara num primeiro exílio, por volta de 51 a.C.. O resultado foi um conjunto de obras, escritas em aproximadamente dois anos, e que versam sobre os mais variados assuntos: Sobre os Fins, Controvérsias Tusculanas e Sobre os Deveres tratam de problemas éticos; Os Tópicos e Os Acadêmicos abordam questões lógicas; A Natureza dos Deuses, Sobre a Arte Adivinhatória e Sobre o Destino são dedicados a temas da física. Do ponto de vista da filosofia, essas são as principais obras escritas por Cícero no retiro forçado por César e a elas vieram juntar-se a Sobre o Orador, escrito em 55 a.C., A República, redigida em 51 a.C., e Sobre as Leis, provavelmente da mesma época. Esse conjunto de obras desempenharia papel de primeiro plano na história do pensamento, porque fazia do latim um idioma filosófico. Apesar desse valor histórico, as obras de Cícero não possuem um pensamento original. Cícero foi um típico eclético, discutindo os argumentos das diferentes doutrinas gregas correntes na época, sem vincular-se inteiramente a nenhuma. Cícero já conhecia tais correntes filosóficas, pois na juventude, estudou em Atenas, antes de tornar-se conhecido advogado e homem público. De todas as correntes, Cícero retirou algumas idéias e compôs uma síntese que, além da importância pela criação de um vocabulário filosófico latino, constitui fonte de estudo de boa parte do pensamento clássico. No que se refere às suas próprias posições doutrinárias, Cícero, em teoria do conhecimento, opôs-se tanto ao ceticismo radical de Pirro, quanto ao dogmatismo extremo. Defendeu como critério de verdade o probabilismo do consenso universal, isto é, aquela posição que acha possível ao homem chegar a algum conhecimento das coisas, sem no entanto atingir a verdade absoluta. A verdade estaria naquilo que pode ser aceito por todos. Em moral, Cícero adere às doutrinas estóicas sem, entretanto, aceitar todo o rigor da concepção segundo o qual o exercício da virtude basta-se a si mesmo e consiste na conformidade da conduta humana às leis da natureza. Esse consenso universal articula-se em torno de algumas idéias que dão fundamento à vida moral e social, principalmente a da existência de Deus e sua providência. Tais noções seriam comprovadas pela consciência natural dos homens e pela constatação de que na natureza os fenômenos organizam-se em torno de fins, os quais supõem a existência de um fim último de todas as coisas. Cícero morreu em 43 a.C., assassinado pelos soldados de Antônio.

Fonte: http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/cicero.htm

domingo, 3 de maio de 2009

História da Literatura..

História da Literatura.

História da Literatura, Escolas Literárias, Principais poetas de todos os tempos, principais obras literárias, livros de sucesso, contos, fábulas e best-sellers. Séculos VIII a.C. a II a.C. As primeiras obras da História que se tem informação são os dois poemas atribuídos a Homero : Ilíada e Odisséia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra de Tróia. Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da Grécia em seu tempo e dos países que visitou, entre eles o Egito Antigo. A Literatura a partir daí, nomeou vários gêneros e estilos de acordo com a época que em que foi escrita.

Biografia dos artistas. Séculos VIII a.C. a II a.C.

Píndaro. Poeta lírico grego, natural de Cinoscéfalos, próxima a Tebas, Beócia, de uma ilustre família espartana, talvez a dos Égidas, único poeta lírico grego de cuja obra subsiste uma extensa parcela. Estudou poesia em Atenas, aprendeu a tocar flauta com Escopélinos e depois foi orientado pelas poetisas Mirtes e Corina, da Beócia. Vivendo durante as guerras médicas e, embora Tebas apoiasse a Pérsia, revelou-se entusiasta do ressurgimento grego. Dedicou-se à poesia e à música e é relembrado especialmente por suas Odes Triunfais ou Epinícios em honra aos vencedores dos jogos. Escreveu em grego hinos, trenos, encômios, ditirambos, odes a Atena e os únicos epinícios conservados. Seus epinícios, hinos ou poemas em que é celebrada uma vitória, são odes triunfais compostas em homenagem aos vencedores das grandes competições esportivas. Dividem-se em quatro livros, conforme os locais onde foram realizados os jogos: 14 olimpíadas, 12 píticas, 11 neméias, 7 ístmicas. Entre os seus muitos imitadores destacaram-se os franceses Ronsard e Malherbe, o inglês Abraham Cowley e os classicistas do fim do século XVIII, desde o espanhol Juan Meléndez Valdés ao alemão Hölderlin. Compôs seu último poema (446 a. C.), uma ode pítica, e morreu em Argos.

Fonte: http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_2916.html

Safo.

Safo, a maior poetisa lírica da Antigüidade é, provavelmente, também a primeira mulher a fazer poesia importante na história da cultura ocidental. Nasceu na ilha grega de Lesbos, por volta do ano de 612 a.C. Pouco se sabe ao certo sobre esta mulher notável. Alguns a têm imaginado de uma beleza escultórica exuberante. Outros, como não muito bonita. Mas todos concordam que possuía um atrativo pessoal formidável e que, com seus belos olhos pretos, poderia até domar feras! Não é só esta, entretanto, a razão de sua fama. Filha de família rica, deixou cedo sua pequena cidade natal de Eresso, próxima à capital de Lesbos, Mitilene, onde estudou dança, retórica e poética, o que era, então, permitido só a mulheres da aristocracia. Mesmo de origem nobre, a bem pouco podia aspirar uma mulher nessa época fora dos trabalhos domésticos rotineiros. Mas Safo... era Safo! Uma mulher de fogo! Muito jovem já possuía grande notoriedade devido mais a seus encantos pessoais do que à sua arte. Ela mesma dizia ter "cabecinha oca" e "coração infantil", tinha uma conduta libertada de preconceitos e inibições. Nessa época, Lesbos era governada pelo ditador Pítaco (o mesmo que seria depois incluído na lista dos Sete Sábios da Grécia). Safo, acusada de participar de uma conjuração contra o ditador, acabou sendo exilada na cidade de Pirra. A acusação foi, provavelmente, devido mais à moralidade de Pítaco (característica bastante comum entre os ditadores) do que à política, pois, de fato, Safo nunca dedicou-se à política. Nessa época de juventude, brilhava em Lesbos o jovem poeta Alceu, que pretendeu namorar Safo, sem sucesso. Por que não? Naturalmente essas coisas não têm explicação, mas poetisas não se casam com poetas. Fez-se famosa a resposta de Safo à carta amorosa de Alceu, em que este lamentava-se de que o pudor não lhe permitia dizer o que sentia: "Se tuas intenções, Alceu, fossem puras e nobres, e tua fala capaz de exprimi-las, o pudor não seria bastante a reprimi-las". Mas as falas sobre pudor, tanto de Alceu como de Safo são completamente hipócritas, pura literatura destinada ao público: nem Safo nem Alceu possuíam o menor recato! Também Alceu foi exilado por Pítaco junto com muitos outros patrícios. Na sua geração, ele teria sido o maior poeta não fosse pela sua contemporânea Safo. Ao seu retorno de Pirra, Safo não demorou a ser exilada de novo, desta vez na Sicília. Ali conheceu um riquíssimo industrial e, como as atuais divas se casam com milionários, Safo casou-se com ele. Este poderoso industrial cumpriu duplamente seus deveres de esposo com Safo, dando-lhe uma filha e, pouco depois, deixando-a viúva e rica. Na sua volta a Lesbos, Safo diria: "necessito do luxo como do sol." Mas não permaneceu muito tempo na ociosidade e fundou um colégio para meninas da alta sociedade de Mitilene. Ali as instruía em música, poesia e dança, e as chamava de heteras, ou melhor, hetairas, que em grego significa companheiras. Ao que parece, Safo era incomparável e inspirada mestra. Mas também inspirava amor às hetairas e aí Safo era grande mestra. Começaram então os boatos na cidade sobre atos e costumes adotados na grande escola. Sua hetaira favorita, chamada Átis, foi a primeira a ser tirada, iradamente, por seus pais. Tudo se desfez rapidamente e a escola acabou. Para Safo, esse foi um terrível golpe. Sobretudo a perda de Átis, por quem sentia paixão irrefreável. O que foi uma desgraça para Safo foi a faísca inicial que sublimou a sua poesia. Compôs o "Adeus a Átis", considerada até hoje como um dos mais perfeitos versos líricos de todos os tempos, que através dos séculos foi modelo de estilo pela singeleza e sobriedade da forma. Expressões originais de Safo, que chamou Átis de "doce e amargo tormento", foram usadas depois por poetas e namorados através dos séculos. Segundo a lenda recolhida por Ovídio, na idade madura, Safo voltou a amar os homens. Existem aí duas versões, numa, apaixonada por um marinheiro chamado Faon, que não lhe correspondeu, suicidou-se pulando de um rochedo de Leuca. Na outra, Safo serenamente resignada com a sua sorte - segundo manuscrito achado no Egito - recusa um pedido de casamento: "Se meu peito ainda pudesse dar leite e meu ventre frutificasse, iria sem temor para um novo tálamo. Mas o tempo já gravou demasiadas rugas sobre minha pele e o amor já não me alcança mais com o açoite de suas deliciosas penas." A moralidade e a hipocrisia têm condenado Safo durante 26 séculos. No século XI, teve a sua maior condenação: toda a sua obra, contida em nove volumes, foi queimada pela Igreja... Só em fins do século XIX dois arqueólogos ingleses descobriram, por acaso, em Oxorinco, sarcófagos envoltos em tiras de pergaminho, numa das quais eram legíveis uns seiscentos versos de Safo. Isso é tudo o que restou dela. Pouco, mas o bastante para confirmar o veredicto dos antigos: Safo foi a maior poetisa lírica da Antigüidade. Tinha razão Platão quando ensinou: "Dizem que há nove musas, que falta de memória! Esqueceram a décima, Safo de Lesbos." E também tinha razão Sólon (que não era apreciador de poesia, talvez por ser a única atividade do espírito que não conseguiu dominar) quando, depois de ouvir seu neto recitar uma poesia de Safo, exclamou: "Agora poderei morrer em paz!" Numa linha imortal que sobreviveu ao fogo da Igreja e aos séculos que tudo corroem, Safo disse: "Irremediavelmente, como à noite estrelada segue a rosada aurora, a morte segue todo o ser vivo até que finalmente o alcança..." E depois veio o silêncio, mas, nem o fogo, nem os séculos conseguiram apagar sua voz, nem esquecer seu nome: Safo, a divina hetaira! Algumas mostras da poesia de Safo: A Átis tradução de Décio Pignatari Não minto: eu me queria morta. Deixava-me, desfeita em lágrimas: "Mas, ah, que triste a nossa sina! Eu vou contra a vontade, juro, Safo". "Seja feliz", eu disse, "E lembre-se de quanto a quero. Ou já esqueceu? Pois vou lembrar-lhe Os nossos momentos de amor. Quantas grinaldas, no seu colo, — Rosas, violetas, açafrão — Trançamos juntas! Multiflores Colares atei para o tenro Pescoço de Átis; os perfumes Nos cabelos, os óleos raros Da sua pele em minha pele! [...] Cama macia, o amor nascia De sua beleza, e eu matava A sua sede" [...} Cai a lua, caem as plêiades e É meia-noite, o tempo passa e Eu só, aqui deitada, desejante. — Adolescência, adolescência, Você se vai, aonde vai? — Não volto mais para você, Para você volto mais não. (31 Poetas, 214 Poemas. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1996) A uma mulher amada Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro! Quem goza o prazer de te escutar, quem vê, às vezes, teu doce sorriso. Nem os deuses felizes o podem igualar. Sinto um fogo sutil correr de veia em veia por minha carne, ó suave bem querida, e no transporte doce que a minha alma enleia eu sinto asperamente a voz emudecida. Uma nuvem confusa me enevoa o olhar. Não ouço mais. Eu caio num langor supremo; E pálida e perdida e febril e sem ar, um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo. (fragmentos de um poema) Tradução de Joaquim Fontes "Parece-me igual aos deusesser aquele homem que, à sua frente sentado,de perto, doces palavras, inclinando o rosto,escuta,e quando te ris, provocando o desejo; isso, eu juro,me faz com pavor bater o coração no peito;eu te vejo um instante apenas e as palavrastodas me abandonam;a língua se parte; debaixo da minha pele,no mesmo instante, corre um fogo sutil;meus olhos me vêem; zumbemmeus ouvidosum frio suor me recobre, um frêmito me apoderado corpo todo, mais verde queas ervaseu ficoe que já estou mortaparece (...)Mas (...)". (Eros, Tecelão de Mitos. São Paulo: Estação Liberdade, 1991) S. Carticha Ellis, ex-catedrático da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas, SP) é membro da Academia Campineira de Letras e Artes. O autor nasceu numa pequena cidade, Melo, no Uruguai. Estudou na "Universidad de la República" em Montevidéu onde graduou-se em Engenharia Elétrica e Mecânica. Com uma bolsa do British Council e outra da Unesco, estudou na Glasgow University e no Cavendish Laboratory da Cambridge University. Aposentou-se em 1991 mas continua publicando trabalhos de pesquisa. Professor Honorífico da Universidade Autônoma de Madrid (1976).

fonte: http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=18&rv=Literatura


Anacreonte. 575 / -490

Anacreonte (gr. Άνακρέων) nasceu em Teos, na Ásia Menor, por volta de -575; morreu mais ou menos em -490. Esteve em vários lugares; sabe-se que viveu algum tempo em Abdera (c. -540), em Samos, na corte de Polícrates (c. -532), e também em Atenas, junto ao tirano Hiparco (c. -522). Popular e solicitado, suas canções eram simples, agradáveis e espirituosas. O estilo, posteriormente conhecido por anacreôntico, foi muito imitado em várias composições ao longo da Antiguidade e do Período Bizantino. Edições e traduções. A principal fonte do texto grego é o Codex Palatinus 23 (o mesmo da Antologia Palatina), do século X, conservado atualmente na Biblioteca de Heidelberg, Alemanha. A mais antiga edição é a de Estienne, de 1554, mas as 55 odes "anacreônticas" foram incluídas como obras do próprio Anacreonte. Ele não mencionou os manuscritos utilizados. Depois disso, os fragmentos genuínos e as "odes anacreônticas" foram editado muitas vezes. As edições mais notáveis são a de Brunck (1786), Fischer (1793), Mehlhorn (1825) e Bergk (1834, 41882), Edmonds (1931), Diehl (1949/1952), Gentili (1958). As mais modernas e mais usadas no momento são a de West (1972) e a de Campbell (1989). Várias traduções para o português de Anacreonte e das "odes anacreônticas" foram já realizadas. António Ferreira traduziu apenas uma ode, em (1598); depois dele Francisco Manuel S. Malhão (1804), António Teixeira de Magalhães (1819), António Feliciano de Castilho (1866), Luiz Calado Nunes (1917), José Anastácio da Cunha (1930) e Almeida Cousin (1948). Mais recentemene, diversas odes foram traduzidas por Maria Helena da Rocha Pereira (1959) e por Daisi Malhadas e Maria Helena Moura Neves (1976).

: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0675

Esopo

Ele foi um moralista e fabulista grego do século 6 a.C., que teria nascido em alguma cidade da Anatólia. Sobre sua vida existem algumas versões incertas e contraditórias, sendo a mais antiga encontrada em Heródoto: segundo este historiador, e também na opinião de Plutarco, Esopo era um escravo gago e corcunda, mas dono de grande inteligência, que ao obter sua liberdade viajou pela Ásia, Egito e Grécia. Durante essas andanças ele se tornou amigo do rei Creso, da Lídia, que o encarregou de levar oferendas ao templo de Delfos, mas chegando lá, e percebendo a cobiça dos sacerdotes, o fabulista dirigiu sarcasmos aos religiosos, não lhes deu o dinheiro que o rei enviara e se limitou a fazer sacrifícios aos deuses. Enraivecidos, os sacerdotes decidiram vingar-se daquela atitude, e para isso esconderam na bagagem de Éfeso um copo - ou faca - de ouro, acusando-o em seguida de roubo. Por essa razão o ex-escravo foi preso e condenado a ser jogado do alto de uma rocha. Uma outra versão apresenta Esopo como sendo natural da Trácia e contemporâneo do rei Amásis, do Egito. Escravo libertado por Xanto, seu senhor, ele continuou, entretanto, a freqüentar a casa onde servira, apesar de o seu desejo de adquirir novos conhecimentos levá-lo a constantes viagens por diferentes países. Ao que parece, foi no Oriente que adquiriu o gosto pelas narrativas alegóricas que posteriormente foram propagadas pela Grécia. Segundo esse relato, Esopo, que teria morrido em Delfos, foi considerado como o inventor do apólogo, apesar de a fábula já existir na Grécia e no Oriente desde a mais remota antiguidade. Parece que sob o título Fábulas de Esopo, designaram-se todos os apólogos cuja proveniência exata era ignorada. Esopo tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma delas com um sentido e um ensinamento. Seus personagens - apesar de selvagens e irracionais na vida normal - falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens, porque a intenção do fabulista era mostrar como o ser humano poderia agir. Ele nunca escreveu as narrativas criadas em sua imaginação, apenas as contava para o povo, que as apreciava e por isso se encarregou de repeti-las. Apesar disso, somente duzentos anos após a sua morte é que elas foram transcritas para o papel, e depois reunidas às de vários outros fabulistas que em várias épocas e civilizações também inventaram contos de moralidade popular, mas cuja autoria permaneceu desconhecida. O filósofo grego Demétrio de Falero (345-283), que ajudou Ptolomeu I a organizar a famosa biblioteca de Alexandria, no Egito, foi quem preparou a primeira coletânea das fábulas de Esopo, que chegaram aos nossos dias através dos escritos do monge bizantino Maximus Planudes, autor de uma biografia sobre Demétrio. Entre as mais de trezentas histórias atribuídas ao fabulista, as mais conhecidas são “A raposa e as uvas”, “O leão e o rato”, “A galinha e a pomba”, “A galinha dos ovos de ouro”, e “A águia e a coruja”. Uma circunstância da vida do fabulista deu origem a locução "as línguas de Esopo". Diz-se que certo dia o seu senhor - Xanto - o encarregou de buscar no mercado o que de melhor encontrasse para servir como refeição a alguns convidados. Esopo saiu e comprou um punhado de línguas bovinas, que mandou preparar de várias maneiras. Durante a festa, e na medida em que elas iam sendo servidas aos convivas, estes deixavam transparecer cada vez mais o seu desagrado, e em breve alguns deles, aborrecidos, passaram a reclamar. Questionado, Esopo justificou-se: - Há coisa melhor do que a língua? Ela é o laço da vida, da razão; e por meio dela as cidades são construídas e policiadas. Graças a ela as pessoas não só são instruídas, persuadidas e convencidas nas assembléias, mas também cumprem o primeiro de todos os deveres, que é o de louvar a Deus. - Está bem - replicou Xanto, que pretendia embaraçá-lo. - Pois amanhã eu quero que você compre o que houver de pior. No dia seguinte Esopo serviu novamente línguas, apenas asseverando que a língua é a pior coisa que há no mundo: - A língua é a mãe de todas as questões, a origem de todos os processos, a fonte das discórdias e das guerras. Se por um lado se ela é o órgão da verdade, de outro é também o do erro e, pior ainda, o da calúnia e da infâmia, porque se em dado momento ela louva os deuses, em outro é usada para a blasfêmia e a impiedade.


Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/biografias/621597


Heródoto. (Biografia aqui) http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/41562

Historiador grego (484 a.C.-420 a.C.). Considerado precursor dos historiadores, é autor da primeira grande narrativa histórica do mundo ocidental antigo - por isso Cícero o chama de pai da história. Nasce, provavelmente, em Halicarnasso, cidade grega da Ásia Menor, hoje Bodrum, na Turquia. Viaja bastante e conhece Egito, Líbia, Síria, Babilônia, Lídia e Frígia. Participa da fundação de Túrio, colônia grega no sul da Itália (443 a.C.). Escreve Historíai (Histórias), série de monografias em que relata as Guerras Médicas, entre gregos e persas. A obra está classificada em nove livros. Os cinco primeiros descrevem o Império Persa, e os demais abordam as guerras. As histórias são narradas na primeira pessoa e intercaladas com diálogos entre os principais personagens. Heródoto expõe os fatos sem muita preocupação em comentá-los. Mesmo assim, exalta os feitos de seus conterrâneos. O episódio final da narrativa mostra a rivalidade entre as cidades-estados de Atenas e Esparta, que leva à Guerra do Peloponeso (431 a.C.). Morre em Túrio. Fonte : http://www.algosobre.com.br/biografias/herodoto.html Cont (...)